quinta-feira, 6 de agosto de 2009

SPEED DATING

Bem-vindos ao bar para solteiros "Almas Gêmeas"!
A proprietária do estabelecimento, Dona Esperança encontra-se na recepção, contabilizando os resultados de mais uma lucrativa empreitada .
Luciana espera impaciente. Não é sua primeira vez. Justamente por isso se angustia ao olhar ao redor e reconhecer todos os sebosos de tantas tentativas frustradas.
Espera aí... Aquele ali no canto é desconhecido. E que tipão! Alto, moreno, aparentando seriedade... Esses óculos de grau são uma coisa! Ainda está preenchendo o formulário. Deve ter resolvido de última hora. Será que vai para o ambiente gay?
Não foi! Ela muda de semblante, já antevendo os maravilhosos cinco minutos que teria junto a ele. Quem sabe até mais?
Dona Esperança liga o microfone e, com sua voz de anúncio de lotação, começa a explicar as regras da noite.
Segundo a própria, cada moçoila tem exatamente cinco minutos para fazer perguntas aos cavalheiros ou para falar de si - o que parecia ser a escolha padrão. Então, quando ela soar o gongo (trazido de Taiwan por uma de suas amigas granfinas) todas se levantam e seguem para a mesa seguinte, munidas de suas anotações sobre o sujeito anterior.
Luciana conta as mesas que a separam do novato, rezando para que ele não se interesse por nenhuma das desesperadas que encontrará antes dela. Tentando parecer o mais simpática possível, afinal ele já poderia estar observando, ela até ri de algumas das piadas patéticas contadas pelos manés habituais. Mas o pensamento estava nele. Só nele!
Quando finalmente ouve o gongo que a separava dele, se levanta lentamente, ajeita o cabelo (se espraguejando por não ter marcado hora no salão) e organiza o vestido da melhor maneira para ressaltar seus atributos. Em suas mãos, a ficha dele: Henrique.
Ele estende a mão, firme e se levanta para os beijinhos, já ciente de que no Rio são dois. Ela fica tonta com o cheiro, o olhar e o toque dele e logo se senta, tentando se recompor.
Ao abrir a boca para a primeira pergunta, Luciana é interrompida. O celular dele toca. Constrangido ele diz que precisa atender. E o faz.
Momentos depois ele pede desculpas, se levanta e diz que era uma emergência. Mas antes de ir, se abaixa para um último beijo em seu rosto e aproveita para anotar seu número num guardanapo, dizendo querer continuar, ou melhor, começar o papo.
Quando ele sai, ela olha com atenção para a ficha: médico!
Sem cabeça para mais nada, Luciana também se levanta, beija o guardanapo, o guarda no sutiã e caminha em direção à porta onde, não entendendo o que se passava, Dona Esperança reafirmava a política da casa de não-devolução da taxa de inscrição.

7 comentários:

  1. Olá!!!

    tô passando pra retribuir e agradecer o comentário que vc fez lá no "Caminhando entre Panos"...
    valeu! ;)

    É a primeira vez que visito seu blog, e gostei bastante!
    É impressão minha ou esse post terá uma continuação?? rsrs
    fiquei curiosa! rsrs

    parabéns pelo post! bjooo
    http://caminhandoentrepanos.blogspot.com/

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  2. hauhauhauhauha

    fique a vontade pra emprestar a idéia!
    rsrsrsrs

    meuu... mto digna de continuação essa história!
    adorei!!!!

    dá pra vc criar uma série inteira de postagens nesse lugar de encontros... mtos personagens interessantes devem surgir! =D

    os: a dona esperança como proprietária é a melhor! uhauahuahua

    bjos bjos

    http://caminhandoentrepanos.blogspot.com/

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  3. esse post merece ter uma continuação

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  4. Ótima a idéia de uma continuação! Adorei! :D

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  5. cara, muito fera!
    Agora vai!
    e eu não sabia dessa dos dois beijinhos....

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  6. Hehehe!
    Pois é, tem muita coisa diferente pra esses lados de cá!
    E atendendo a sugestões, a segunda parte já está aí!
    Obrigado a todos pelo incentivo!
    ;D

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  7. Já tenho entrado à procura do terceiro episódio, afinal sou noveleira.
    Então...? Henrique, o médico, marcou alguma cosia com a moça? Telefonou pra ela? Esses dois já fazem parte da minha vida, eu preciso saber como eles vão. Rsrs

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